Arquitetura

Otavio busca empregar novas técnicas, métodos e ferramentas de design com o objetivo de criar espaços que se adequem à escala do humano. Em outras palavras, acredita que sua principal preocupação quando cria é a de proporcionar conforto e novas experiências àqueles que habitam seus projetos.

Isso se manifesta sobretudo na busca por visuais novas e interessantes, a preocupação com o bem-estar estético em todas as esferas (da visão à audição ao tato), e o cuidado técnico nas soluções de forma a torná-las o mais elegantes possível.

Ainda assim, tem como aspecto mais importante de seus processos criativo e de desenvolvimento a preocupação ambiental, e pauta todas as suas intervenções no prosperar entre natureza e a humanidade.

Escala mm: Mobiliário e outras peças

O edital previa um parklet itinerante a ser instalado em diversos pontos do boêmio bairro Vila Madalena, em São Paulo/SP. A área é conhecida por suas vias com nomes lúdicos, baixo gabarito e vida noturna.

Naturalmente, uma das formas mais claras de observação do cotidiano de uma área se dá através de seu lixo. Portanto, estipulou-se que o parklet deveria ser construído utilizando materiais descartados na região; neste caso, caixotes de cervejas.

Desta forma, além de ser montado com materiais reutilizados, também facilitar-se-ia seu transporte por diversos pontos do bairro.

Escala cm: pequenas instalações

Concepção

A disciplina de Exercício Projetual V na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie (FAUMACK) era focada no desenvolvimento dos aspectos tectônicos da arquitetura. Para tanto, foram desenvolvidos projetos em pequena escala altamente detalhados mas sem uma localização fixa (doravante chamada de "Limbo".)

Um dos quatro projetos desenvolvidos foi uma passarela ligando dois pontos, possivelmente sobre água. Para tanto, optou-se por uma estrutura leve de fácil montagem, de forma a possibilitar a reutilização de suas partes individuais em um momento futuro. Foram escolhidos, então, tubos de aço inoxidável de seção circular por sua alta resistência e versatilidade. Às suas extremidades foram soldados encaixes parafusáveis de alta resistência; assim, a resistência da estrutura viria não de suas arestas individuais, mas da inter-relação entre elas que dá origem a uma treliça espacial.

A intenção de projeto surge juntamente com o partido: a união de três vontades que dão origem ao produto final:

01 - a vontade de criar espaços de permanência através de dobraduras impostas à linha senão reta de travessia;

02 - a vontade de criar uma estrutura leve o suficiente para aparentar sustentar-se através de pequenos toques no solo;

03 - a vontade de tornar a própria estrutura da passarela no trajeto, numa espécie de massa construída.

Assim, obtém-se a definição de percurso: a transposição direta ou indireta de um espaço que proporciona ao percorrente uma diversidade de sensações.

As passarelas per se foram realizadas em chapas perfuradas e corrugadas de diversas densidades, de forma a diferenciar as áreas de estadia e circulação da instalação, parte da premissa adotada desde o princípio.

Também em Projeto V foi proposta a elaboração de um recinto definido por "muros," com o objetivo de explorar a tectônica de um dos elementos mais antigos da construção. Era necessário que o muro se mantivesse de pé sem auxílios externos, mas novas tecnologias de autossustentação eram permitidas.

Buscando tornar o muro um elemento topográfico (onde um único volume definisse todo o recinto), explorou-se não apenas a utilização das paredes de tijolos, mas também como piso. Assim, alcançar-se-ia uma unidade construtiva entre todos os elementos empregados.

Concepção

Ainda em Projeto V, foi proposta aos alunos a elaboração de uma unidade de abrigo de proporções cúbicas de 6 x 6 x 6 metros, que seria detalhada em todos os seus âmbitos construtivos.

Como parte de uma inquietação pessoal, resolveu-se desenvolver o cubo no cenário de uma zona semi-árida genérica. Ainda como desafio autoimposto, propôs-se uma moradia emergencial facilmente montada pelos próprios usuários com peças de fabricação e transporte simples.

Assim, optou-se por não utilizar o vidro, devido à sua dificuldade de transporte. Ao invés, decidiu-se utilizar de painéis modulares de bambu de 60 x 60 centímetros com diversas densidades, de forma a possibilitar ao usuário substituí-los de acordo com sua vontade.

As fachadas duplas estimulam a passagem de vento por entre calhas de bambu, que umedecem e higienizam o ambiente.

Toda a estrutura foi realizada em tubos metálicos simples que funcionam também como esquadrias para os painéis.